quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Daqui em Diante

Ontem amanheci com incertezas na cabeça. Histórias perturbadoras, comparações descabidas, mas que me doíam de qualquer modo.
Ontem conversei com pessoas que me importam, que me ajudam e que me acalmam. Tive certeza de que sempre há esperança e de tudo o que é do homem o bicho não come e pude enfim respirar aliviada.
Não sinto saudade de nada que me foi. De nada que me doeu no ano passado, não sinto remorso, às vezes vergonha, mas de problemas só meus e de raciocínios lógicos e da mediocridade na qual a sociedade se instalou.
Percebi que toda a minha dor estava interligada com a falta de amor próprio do ser humano e com a falta de amor ao próximo, mas eu nada posso quanto a isso. Posso apenas escolher minhas atitudes e ser boa para comigo e com aqueles que amo.
Deitei pela inúmera vez naquela cama que também é minha, ao lado do homem que também é meu. Senti seu cheiro encantador e amadeirado, senti sua fome e sua felicidade em estar ali. Senti sua saudade e seu amor e nada do que foi pôde mudar o que somos hoje.
Ele é para mim, como serei eu sempre para ele. Teremos constantemente um ao outro e hoje sempre mais próximos a cada dia.
Hoje sou resultado de tudo o que sofri, de tudo o que chorei e de todas as dores que me causei com pensamentos maldosos e fantasias férteis. E sou também um alguém muito mais forte, centrado, paciente e compreensivo, porém inseguro. Apesar da insegurança não deixo de ser confiante.
Sou aquela que estará sempre de braços abertos para amá-lo com todas as minhas forças. Quero ter todos os dias a certeza do nosso amor antes do sono tranqüilo ao seu lado. Quero sempre a entrega profunda e sincera. Quero que sejamos para o resto de nossas vidas nosso porto seguro comum.
Sou grata a todas as tristezas que passei, por todas as vezes em que desacreditei da minha vida. Sou grata por todo sofrimento a que me submeti, pois com tudo isso, hoje sou capaz de valorizar cada segundo de felicidade.
O ciclo que completou um ano em minha vida em julho e que nesse mesmo mês terminou foi o mais triste e o mais cruel que já atravessei, mas foi também meu divisor de águas.
Dividiu tudo aquilo que fui, que pude ser, que tentei e que passou e me atravessou para o que vivo hoje.
Hoje digo a plenos pulmões que jamais fui tão feliz em todos os meus 22 anos de vida.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Numa Noite Qualquer a Vida Muda! (Agosto 2009)

Costumeiramente controlo meus impulsos, desejos e pensamentos. Uma tarefa árdua, confesso, mas mantém minha mente ocupada. Procuro viver cada minuto de êxtase com a maior atenção possível, tendo em vista que nunca sei quando será o próximo.
Desde que me deparei com os últimos ocorridos, me designei a obedecer minhas tarefas diárias e somente isso. Levantar cedo, trabalhar, voltar para casa. Ficar com a família, mimar minha filha e aqueles que eu amo. Simples assim.
Mas quando nos acostumamos com a situação e nos conformamos com tudo, vem a vida e nos surpreende, como um dia de tórrido verão. Aquele céu azul lindo, o Sol escaldante dando a certeza de uma bela tarde na praia, de repente vem uma nuvenzinha, acompanhada de outra e mais outra culminando numa deliciosa chuva de gotas espessas e refrescantes. Lá se fora o dia de Sol deixando no lugar um leve arrepio de frescor no corpo.
Assim fazia comigo, minha vida. Quando aceito os dias chuvosos, o destino teima em me mandar um feixe de luz. E gato escaldado que sou, logo começo a desconfiar.
Numa dessas noites frias de inverno, debaixo das minhas cobertas quentinhas e completamente abandonada em casa, meu celular toca e de dentro de mim instala-se uma preguiça sem precedentes. Só de pensar em sair do quentinho e pisar no chão gelado dava dor na comodidade.
Levantei me arrastando sobre as pernas, totalmente derrotada. “Ligação restrita” pensei em não atender, mas já que já estava de pé... atendi.
- Alô! – resmunguei num tom atônito.
- É a loira mais linda do mundo? – disse a voz animada.
Reconheci imediatamente a voz em um discreto tom animado, preguiçosamente rouca sugerindo um tom de conforto. Combinava estranhamente com meu humor.
- Depende do ponto de vista! – respondi sentindo meu rosto enrubescer.
- Dependendo do ponto de vista é ainda mais linda! – ele dizia num tom sorridente, enquanto eu sentia uma pequena felicidade passeando pelo meu peito.
Era tão estranho receber elogios de uma pessoa diferente depois de tanto tempo. Aliás, receber um elogio sincero era estranho. Não conseguia me lembrar em que momento eu havia mudado tanto. Eu deixara de ser aquela pessoa vibrante que contaminava as pessoas com sorrisos e olhos entusiasmadamente brilhantes. Deixei espaço para uma pessoa sem vida ocupar o meu sorriso. Eu não era mais eu mesma há muito e isso me entristecia ainda mais.
Deixando minha inércia de lado, comecei a prestar atenção no que dizia aquela voz calorosa do outro lado. Tentei me animar deixando que a alegria pinicasse meu ouvido. Sem perceber já estava rindo com ele. Sem surpresa nenhuma, quando ouvi um carro parando em frente a minha casa, tinha certeza que era ele.
Conversamos sobre infinitos assuntos, deixando escaparem gargalhadas guturais. Era tão fácil me sentir confortável e espontânea ao lado dele. Nossa amizade era algo que simplesmente fluía de forma natural.
Depois de criar o hábito de vê-lo quase semprem, aceitando as migalhas de suas boas aç alguabei me acostumando tambmpo. do pelo peito.
e abandonada em casa meu celular toca , havia desenvolvido a irritante mania de pensar nele constantemente.
Não era justo - ou digno, talvez - pensar tanto numa mesma pessoa. Isso já acontecera comigo muitas vezes, mas dessa vez era diferente. Sentia que o simples fato de estar a seu lado me completava e sobrepujava qualquer sentimento ou pensamento ruim.
Minha cabeça estava cheia dele. Era o sorriso dele me fazendo sorrir, a voz dele me confortando e o olhar dele me admirando. Um olhar marcante que há muito não via na minha direção.
Era transparente a admiração e o afeto que ele sentia por mim e que eu sentia igualmente. Suspiros... uma deliciosa calmaria se instalara dentro de mim. Era de suspiro que me mantinha ultimamente ao recordar o tempo que passávamos juntos, era de ansiedade que se alimentava meu estômago nos momentos sem ele.

quarta-feira, 24 de março de 2010

BBB 10

Devo admitir que a cultura de massa também me fascina, novelas e Reality Shows especialmente.
Sempre assisti o Big Brother Brasil, desde a sua primeiríssima edição, mas devo admitir que a 10º é uma das melhores que já vi. Nunca assisti tão ávida, como tenho feito.
A cada paredão que a Lia vence eu pulo, grito e comemoro, como se fosse eu quem estivesse lá dentro. Como se fosse eu mesma quem estivesse sendo posta à prova.
O fato é que desde o início me identifiquei com ela e com o trio no geral.
Cadu porque, além de lindo é inteligentíssimo e respeitador, o tipo de homem que não se encontra por aí e Dourado porque apesar de toda brutalidade exterior, é sim uma pessoa boa e humilde apesar da personalidade forte, gosto disso nas pessoas.
Os outros Brothers não conseguiram e não conseguem enxergar que aqueles três construíram uma amizade, (tá! Tudo bem, ainda que não seja), construíram então um co-relacionamento muito bonito e não é somente isso que faz deles vencedores de todos os paredões dos quais participaram, mas sim o fato de serem justos. Plenamente justos e sinceros, especialmente com seus próprios sentimentos. E é disso que o Brasil gosta!
Devo assumir também que o Cadu é minha opinião de vencedor e, olha só que sortudo, sobreviveu a todo o programa sem nem mesmo um paredão e já foi líder por quatro vezes. Agora só me resta torcer para que um dos três ganhe a liderança novamente para colocar o língua-solta do Dicesar, junto com a fingida da Fernanda na berlinda (ai que ódio!).
Eles não entendem que o que queima o seu filme é o fato de ficarem falando, julgando, rotulando todas as atitudes dos demais, de forma incorreta ainda por cima.
Convenhamos: a Lia não é manipuladora, o máximo que podemos dizer é dramática. O Cadu não é um bobo da corte, nem fantoche, muito pelo contrário, talvez seja o mais jogador dos três, e isso não é ruim e nem denigre sua imagem porque ele é totalmente coerente em todas as atitudes. E o Dourado não é um monstro do Pântano, ele pode ser machista, pode ser astuto por sempre querer deixar as coisas muito bem explicadas com todo mundo, isso é sim uma experiência de jogo, pois evita que os telespectadores tenham a visão incorreta de suas atitudes, pra mim isso não é errado, pode até ser jogador, e não deixa de ser inteligente, pois ele está se precavendo. Não faz dele um falso ou mascarado, muito pelo contrário, inclusive.
De resto e para todos os outros que foram em paredões com Lia e Dourado eu acho MUITO BEM FEITO que tenham saído e pra Anamara que resolveu surtar de última hora, MUITO BEM FEITO DUAS VEZES, mas isso também não significa que eu a odeie. Só que eu defendo Lia com unhas e dentes, porque acredito na sinceridade dela (ainda que extrema) e pronto acabou!
Aliás “Muito bem feito” não é o suficiente, mas vou abstrair meu palavrão costumeiro.
Agora eu só quero que Deus me proteja, mas seria o cúmulo do absurdo do orgulho gay o Dicésar ganhar o jogo e isso não é homofobia. Inclusive acho o cúmulo do absurdo ele se colocar na posição de coitado e injustiçado só porque é gay.
Ninguém naquela casa tem preconceito, e o Dicésar é uma pessoa muito injusta e medrosa, pois não expressa sua opinião de forma franca em momento algum, só faz ficar pelos cantos falando mal dos outros.
Espero sinceramente que o Brasil enxergue como eu e que o coloque fora dos três finalistas, pois o fato dele ser gay não pode ser tão significante a ponto de determinar seu merecimento, pois se isso acontecer eu vou começar a achar que é heterofobia, isso sim!

sexta-feira, 19 de março de 2010

No meio do Caminho, uma metade de mim

Então estava eu aqui, parada bem no meu limite. Aguardando que ele me puxasse, me tirasse da inércia e me fizesse transpor tudo quanto fosse barreira.
Eu não queria ficar desse lado sozinha, controlando meus sentimentos, minha paixão e fingindo que eu não me importaria se não puder mergulhar nessa história.
Ele acendeu o fogo queimando aqui dentro, ele plantou em mim o desejo de enlouquecer. E eu fui me deixando levar até esse ponto, como uma nuvem ao sabor do vento.
Como uma suave brisa, rodeava-me por onde quer que eu fosse e por impulso fechava meus olhos, deixando meu corpo provar de toda aquela sensação abrasadora. Como num sonho sutil, como num conto de fadas sentia-me confortável. Até o ponto onde ele me deixou sozinha.
Não era justo ter que ficar parada entre o ponto até onde posso chegar e o ponto onde o espaço dele começa. Sentia-me como um animal encurralado, um leão de circo. Eu queria correr, afrontar, ameaçar os direitos de outrem. Não quero mais a diplomacia, eu quero impor os meus desejos.
Soltar as amarras, descer do salto. E se não for por bem que seja por mal. Mas o problema é que ele está do outro lado do limite, tão distante que não posso alcançar.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Wake me up when March ends.

Segunda-feira, dia de repensar a vida.
Balanço do final de semana. Coisas que eu gostaria de ter feito, fatos que eu gostaria de evitar, mudanças que seriam bem-vindas. Passar a semana inteira esperando o final de semana e não acontecer nem sombra do que havia planejado é, no mínimo, frustrante.
Eu não sei nem explicar o que é que estou sentindo. Talvez seja um misto de fraqueza e impotência, ou simplesmente meus brios feridos, porque estou me sentindo enganada. Desrespeitada, pode ser também.
Talvez não seja justo depositar em uma única pessoa toda a sua felicidade. Ninguém poderia ter responsabilidade sobre o que eu possa sentir ou não. Mas infelizmente, esse tipo de evento não se pode ser escolhido. O meu dilema é: por que as pessoas não são sinceras? Seria falta de coragem ou hombridade? Falta de caráter ou maturidade?
Eu não sei!
Será que se lembram da tão famosa frase “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” do Pequeno Príncipe? Eu penso que não. Senão, não brincariam tanto assim com o sentimento alheio.
Sei que quanto mais conheço as pessoas, mais tenho preguiça delas. Mais sinto vontade de não me envolver com mais ninguém. Só que infelizmente é da natureza do ser humano se co-relacionar com o grupo, mas a qual custo? Eu não estou a fim de me submeter a qualquer preço. Até porque acho que pra ser feliz não se precisa de muito, já que a felicidade é tão simples, quase uma questão de escolha.
Tenho certeza que por meio do sofrimento não se encontra o prazer, não tenho vocação pra mártir e estou cansada.
Não sei qual é o problema das pessoas com a verdade, é tão simples não me magoar, é só abrir a boca e falar.
Não me importo com as verdades que eu precisarei enfrentar, me importo com as verdades somente. Tão fácil conseguir tudo de mim, basta ser realista e empregar o mínimo de carinho necessário. Talvez sejam os pré-requisitos básicos de qualquer tipo de relacionamento, mas parece que o resto do mundo não se importa mais com questões como essa.
Moral? Acho que ninguém mais sabe o que significa isso e se sabe fecha os olhos e empurra com a barriga. Também, a humanidade está numa situação de calamidade pública vergonhosa. Nessas horas eu preferia mesmo ser um joão-de-barro, porque esse tipo de pássaro tem princípios que o homem desconhece, mesmo dizendo-se racional.

terça-feira, 2 de março de 2010

Por Hoje

Ao acordar, nem sinto mais a preguiça costumeira, nem reclamo da garoa caindo suavemente às 6:25 da manhã. Não sinto o cansaço da rotina, não sinto nada de ruim.
O encosto que trazia no ombro e no coração, mandei embora sem aviso prévio e devo admitir que a sensação de alívio é intensa.
Sinto-me livre para cometer minhas sandices mais queridas. Sinto-me merecedora de uma vida sem receios. Eu quero pular de cabeça nas aventuras sonhadas e, mais do que isso, eu preciso mergulhar.
Quero enlouquecer de amor e viver a felicidade de me apaixonar pela “milhonésima” vez na vida. Eu quero o sorriso dele ao acordar e os beijos respeitosos que ele me dá.
Quero me encontrar no seu abraço porque dentro dele esqueço do resto. Eu quero que ele veja dentro dos meus olhos o amor que sinto, para que eu não precise dizer.
Eu precisava redescobrir a felicidade dentro de mim e ao lado dele fica difícil esconder, denuncia-me o sorriso estampando meu rosto.
Adorava vê-lo me mostrando suas músicas. Observar os mesmos gestos de suas mãos reproduzidos a cada batida grave que a música soava. Deliciava-me com o orgulho que ele sentia de si próprio quando via seu trabalho feito e a satisfação das pessoas ao redor.
Ele tinha a humildade mais bonita que já vira. Uma humildade pura, sem impressões de “coitadismo”. Eu adoro a maneira sutil que ele tem de se impor e da forma como ele se auto-afirma quase que sem intenção. Admiro sua autoconfiança. E gosto sobre tudo da maneira como ele me olha.
Ele havia acabado de gravar algumas cenas do clipe que produzia e no rosto a maquiagem colaborava com as expressões de cansaço.
- Como eu vou tirar isso? Você tem demaquilante? – disse ele num tom sarcástico.
- Tenho. É fácil tirar. Você passa um pouco no algodão e... Ah! Eu tiro pra você. – respondi enquanto dirigia o carro e íamos para a casa do Bruno.
No banheiro, ele se sentou no vaso enquanto eu me concentrei para não borrar ainda mais a sombra preta. Fiquei prestando atenção no que fazia até que ele me tirou dos meus pensamentos solitários.
- Você é bonita, né? – disse, com ênfase no “bonita”. Eu me divertia com a maneira como ele me elogiava, como ele fazia com que eu me sentisse única.
Então olhei dentro dos seus olhos pequenos e castanhos e sorri, sentindo meu rosto enrubescer suavemente.
Vê-lo reparando em mim, fez com que eu fizesse o mesmo. E não havia palavra para expressar o que eu sinto quando olho e vejo na minha frente, bem ali, parada me olhando a razão pela qual tenho sentido a vida mais suave ultimamente.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Metas

A arte de rir da vida acho que já desaprendi faz muito tempo.
Não por trauma, por dissabor, por desamor, mas por falta de tudo isso.
Eu blasfemo demais quando estou com ódio.
Exatamente, ódio.
Eu sinto ódio sim, por inúmeras razões e ultimamente tenho sentido mais ódio que nada.
Nesses últimos tempos acostumei-me a ter nada no peito e agora venho carregando o ódio como companhia, ao invés da famosa solidão “mendigando um sorriso”. Deixei o cinismo virar meu cartão de visitas e deixei outras preocupações ocuparem minha cabeça.
Pretexto para esquecer da vida eu arranjo de monte e afogo toda minha decepção num delicioso copo de Green Label com pouco gelo, pra descer quente pela garganta, arrepiando o corpo, acalentando o ódio e estancando as feridas por dentro.
Realmente, o alcoolismo é o vício dos solitários e enfadonhos. Talvez eu seja um misto disso, mas ainda não sou alcoólatra, não tenho idade pra isso.
Ainda tenho planos que me fincam ao chão e não me deixam descambar de vez. Ainda preciso ver minha filha crescer, fazê-la totalmente feliz, ter certeza de que ela pode seguir sem mim e que eu já lhe dei as melhores condições financeiras possíveis para lhe assegurar qualidade de vida.
Quando tudo isso estiver feito, aí sim poderei me libertar das amarras e morrer. Mas morrer de velhice ou de doença sem precedentes não está sob cogitação.
Quero mais é sentir as dores da cirrose violenta e imperativa, ou da doce e alucinógena overdose. Como uma boa aquariana que sou, nada melhor que partir junto a boemia que eu tanto amo com no máximo 40 anos para vingar minha existência e honrar meu espírito atemporal.
Não haverá amarras para me prender ao chão para todo o sempre, que cultiva a alienação da vida moderna. Haverá apenas, asas para me libertar da falta de propósito.